História

No centro do Rio de Janeiro, mais precisamente no Largo de Santa Rita, esquina com a Rua Miguel Couto, está erguida a Matriz da Paróquia de Santa Rita. O Templo desafia, com sua singela e bela fachada, a grandeza dos edifícios locais. É um confronto harmonioso entre o estilo barroco-rococó do século XVIII e o arrojo da arquitetura moderna.

A Igreja tem fachada simples, junto à calçada, com detalhes expressivos do Barroco. Internamente, há um pequeno átrio sob o coro, tendo-se, à esquerda um batistério, uma pia batismal de mármore e um quadro a óleo com o batismo do Senhor Jesus, e à direita, uma imagem de Santa Rita e, de cada lado da entrada, uma pequena pia de mármore. A nave retangular apresenta as paredes laterais com pilastras que se estendem à cimalha com os arcos do teto abaulado, que apresenta lindos painéis.

No fundo da nave o majestoso altar com o trono da Padroeira, nos nichos laterais dois pares de colunas torsas, que guardam a imagem de Santo Agostinho, a esquerda, e a de Santo André Avelino a direita. O teto, abaulado, apresenta uma clarabóia central e três belos painéis de cada lado, com os mesmos simbolismos da nave.

No segmento da esquerda, ficam a secretaria e a sacristia. Nesta há, à esquerda, a fonte histórica muito procurada no passado pelas curas milagrosas de doenças dos olhos; no lado direito, vê-se um nicho que guarda a primitiva imagem de Santa Rita de Cássia (1750) e belo lavabo português em mármore.

O culto à Santa Rita de Cássia teve início no Rio de Janeiro antes de 1710, quando aqui chegaram o fidalgo português Manuel Nascentes Pinto, sua mulher Dª. Antônia Maria e o filho Inácio. Veio em missão dada pelo rei de Portugal, D. João V. O casal trouxe de sua pátria um belo quadro de Santa Rita de Cássia, Santa de sua devoção, que por vários anos vinha sendo cultuada no solar da chácara, que ficava no limite da atual Rua Teófilo Otoni até a cercania do Morro da Conceição. De grandes virtudes e muito simples,todos os anos, no dia 22 de maio, os nobres portugueses reuniam muitos religiosos na residência senhorial, para a veneração da Santa de devoção, toda a Cidade era convidada. Em pouco tempo resolveu ampliar o local da veneração, construindo na propriedade uma Capela (atual Igreja de Santa Rita) e mandando vir de Portugal uma rica imagem da santa (esta até hoje no altar), guardada na Igreja da Candelária enquanto se construía o pequeno templo, cuja pedra fundamental foi colocada em 1720. Foi tal o incremento dado pelo fidalgo Nascentes Pinto, que a tudo custeava, que um ano após, em 1721, já estavam prontos a Capela-mor, a sacristia e o consistório da Igreja. Nessa época, também foi criada a Irmandade de Santa Rita de Cássia, que assumiu a administração da Igreja em 13 de maio de 1721, nesse documento, o benfeitor reservava para si o padroado da Igreja, até então propriedade particular. Tal fato abriu prolongada demanda, pois o Bispo D. Francisco de S.Jerônimo, o que colocou a Pedra Fundamental da Igreja, recusou-se a reconhecer tal intento, alegando que só o Rei de Portugal podia ser padroeiro das Igrejas no Brasil. Com a morte do benfeitor, seu filho Inácio, continuou a querela com o Bispo. Em 1741, por insistência do Bispo e ameaças até de excomunhão, o herdeiro Inácio Nascentes Pinto foi obrigado a ceder, entregando o Templo à Mitra, mas dando continuidade à questão. Certo dia, uma grave doença acometeu Inácio, deixando-o paralitico, sem voz e surdo. Considerando ser um castigo do céu por seu litígio com a Mitra, o herdeiro apelou para Santa Rita, prometendo encerrar a questão caso ficasse curado. Passados alguns dias, Inácio teve restabelecidos todos movimentos e sentidos, voltando a caminhar. Faleceu tempos depois, tendo passado a seus filhos a determinação de não mais entrar em conflito com a Mitra.

O Templo foi elevado à condição de Igreja Matriz em 30 de janeiro de 1751, com a criação da Paróquia de Santa Rita. A capacidade é de 250 fiéis sentados. O templo guarda relíquias de Santa Rita de Cássia e de Santo Lenho, sendo tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).